Sabor a
(a)mar
Na
turbulência das ondas, na crista a alva espuma,
Revolta
contida, espraiada na areia, silencioso voo das aves
Gaivotas
que se juntam e separam, em voo picado sob águas quietas
Estranho
mar nublado, sob luz rompendo, vento que a barca move
Apagando o
tempo, réstia aflorada memória, sofrer nas ruidosas batidas,
Gemidos e
palavras ditas, calma da baixa-mar, reflexos da brancas nuvens,
Desenhando
ondas azuis, formas do desejo no azul do teu olhar,
Calma
serena, na brisa que tange à sua passagem, corpos quentes
Perfume de
maresia, nos poros do teu corpo, no toque de Deus
Sussurro
soprado, nos mistérios da sua mão criadora
Com me
acaricias os cabelos, paisagem de teu corpo que me prende,
À vontade
de mim, que me eleva e me move, na dura direção da bolina,
Nos dias e
tardes de luz adormecida no olhar, que na rocha sentada,
Onde quero
encalhar, escorrem algas secas ao sol como finos cabelos,
Naufrágio
no teu delicioso corpo, afogando-me em teu ser,
Sopro das
palavras, onde respiro, nos versos em que me perco
Onde me
encontro, nas sÃlabas que desenho na areia, húmida da maré
Que me
trouxe o sal, a origem da vida, a vogais do meu ser, consoantes,
Na alva
espuma, no azul do céu, descobri o sentido do (a)mar!
Alberto
Cuddel®