terça-feira, 30 de junho de 2015

Pensamentos Soltos 04

Pelo teu olhar,
 
No teu olhar cruzam estrelas,
No teu olhar encontro o mar,
No teu olhar abro janelas,
No teu olhar aprendo amar!
 
Pelo teu olhar,
Vi nascer a carne o fruto o amor,
Vi os gritos mudos da sofrida dor,
Vi correr cascatas de alegria,
Vi o sim, o não, o desejo e o prazer,
Vejo pelos teus olhos o amanhecer,
Vejo a entrega e a dadiva aos outros,
Escuto o que dizem os meus,
No teu olhar sou reflexo de mim!
 
Pelo teu olhar,
Encontro alegria do mundo,
A certeza do ser, do estar,
A tristeza do partir,
A alegria do ficar,
Pelo teu olhar, aprendi a partilhar!
 
Alberto Cuddel

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Pensamentos soltos - 03

03- Abraço
 
Rosto massacrado, batalha de fotões
Olhar pesado e cansado, sonolento,
Arrastando o andar, noite de turbilhões,
Arrasta-se até ao quente leito, lento,
Onde o espera, descansada, sua amada!
Do nada força que o move,
Levanta e suporta, pressa,
Vontade de chegar, querer,
Abraço, corrida no espaço,
Tempo, quanto lento,
Desalento varrido,
Cansaço esquecido,
Sentir decidido,
Noticias da manhã,
O cheiro do café,
Negro, forte, envolvente,
E de repente,
A chegada,
Anunciada,
Na ausência da briza,
Uma ansia que se ameniza
,
Num abraço corporal!
 
Alberto Cuddel
 

domingo, 21 de junho de 2015

Palavras Soltas 27

27 - Momentos de felicidade,
 
Na vida tudo são instantes,
De alegrias ou tristezas,
Meros momentos constantes,
De grandes e profundas certezas!
 
Procuramos a felicidade,
Numa pétala de flor,
Num toque,
Num carinho,
Num momento de amor,
No templo em solidão,
Sozinho em reflexão,
Prostrado em oração,
Mas, e há sempre um mas,
A felicidade só é plena,
Se partilhada,
Se recordada,
Se sentida,
Com quem ama!
 
Momentos,
Que nos vão enchendo o coração,
Como remendos de mil cores,
Cada um com seus sabores,
Com seus cheiros e odores…

Sons, sentimentos, partilhas,
Chegadas e partidas,
E assim, recordando podemos,
Juntos afirmar,
Que somos felizes por Amar…
 
Alberto Cuddel
 
Palavras Soltas
 
 

sábado, 20 de junho de 2015

Card - Caminho de Vida!


Card a Carta!


26 - Sonhando a paixão!


26 - Sonhando a paixão!
 
Repleto de memórias reais, vividas…
Nossos espíritos se acompanham num ritual sem tempo,
Nos confins da intima essência,
Lasciva atmosfera que nos prende,
Com tremendas aragens libidinosas…
Neste amor onde pairam rosas que se dissolvem,
Como espuma marítima, junto à praia..
Sonhamos enrolados de pétalas espremidas…
Gritando a colorida essência do prazer,
Sonhamos a noite com um único propósito…
A saudade,
Sinto tua falta como o ar que respiro,
Juntos formamos um só corpo, Sol e Lua…
Amor cego e luminoso,
Amor translúcido ao breve olhar…
Amor que nos faz viver,
Amor que dói, por não te ter,
Uma chama que consome o nosso espírito,
E nos leva à loucura…
Então uma lágrima de meus olhos nos teus rolou…
Lágrima que no tempo não perde o brilho,
Que pelo vento que nos separa, e faz sentido…
Nós condenados,
Que nos primeiros raios de sol,
Nos fundimos, nos tocamos…
Vivendo a eterna ilusão,
De sonhar a realidade,
Em ti que na noite sonho a verdade,
De te oferecer as palavras,
Ternas e meigas, que te libertam da saudade,
Amo-te!
 
Alberto Cuddel
Palavras Soltas
 

terça-feira, 16 de junho de 2015

Pensamento veloz!

Pensamento veloz!

Perco-me na velocidade o leviano pensamento,
Na pressa de debitar constantes palavras, ideias,
Para que nada se perca na pressa de chegar,
Nas viagens fantásticas, do sentir a vida,
No fluir do sentir, do querer, do ver, do olhar!

Sons, imagens, sensações, tudo é poema,
Poesia, na beleza, ou no horrendo desprezo,
Da capacidade humana da indiferença,
Por uma flor nascida no asfalto,
Por um mendigo caído na soleira da porta,
Pela fome de uma criança,
Pela pobreza sem esperança,
Pelos conhecimentos não partilhados,
Por um pedaço de pão, ou sapatos rasgados,
Pelas aguas cristalinas do ribeiro,
Ou pelos sofredores desempregados sem dinheiro,
Tudo é poesia, mas agora apenas escrita,
Alertando para a beleza do gesto,
Poeta, torna-te acção, vai partilha,
Faz feliz alguém na tua vida!

Alberto Cuddel
16/06/2015
12:43




Palavras Soltas 17

17 - Cheguei,
Encontrei silêncio,
Encontrei o vazio,
Encontrei ausência,
Encontrei nosso leito despido de ti,
Restando apenas,
Teu cheiro,
Teu calor,
Em fases diferentes vivemos,
Qual sol, qual lua,
Impedidos de se encontrarem,
Apenas por breves e ternos instantes,
Para logo um de nosso ser, partir.
Quero quebrar tal feitiço,
Que nos impede e nos afasta,
Desta grande e nefasta,
Ausência,
E assim aguardo o amanhecer,
No silêncio,
Para apenas te voltar a ver.

Alberto Cuddel

Palavras Soltas
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16 - Velei teu sono,

16 - Velei teu sono,

Te vi descansar,
Acordaste, comeste
Reuniste, e saíste,
De novo e sempre a trabalhar,
Agora repouso,
Agora espero,
Agora descanso,
Tua chegada,
Para abraçar,
Teu olhar,
Cansada exausta,
Para de novo,
Teu sono, teu descanso, velar!
Descanso, aguardo, espero...
Teu chegar!

Alberto Cuddel

Palavras Soltas
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sábado, 13 de junho de 2015

Mar revolto!

10 - Mar revolto!

Chega com a fúria na alma,
E nessa fúria logo se acalma,
De sentimentos revolto o Mar,
Mas pela Lua se volta afagar!

Que triste o constante vaivém,
Ora calmo, belo e espelhado,
Ora revolto querendo levar alguém,
Deitando por terra o que foi sonhado!

Deixa-me o tempo parar,
Deixa-me voltar a sonhar,
Deixa-me a teu lado caminhar,
Deixando de novo gravar,
As pegadas do que é Amar!

Alberto Cuddel
Palavras Soltas
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quinta-feira, 11 de junho de 2015

O Céu?

O céu?
Lugar distante no imaginário sonhado,
O céu… conceito meu aqui a meu lado!
Sonho tão perseguido aqui na terra,
Por muitos poucos raramente encontrado,
Pelo enredo da vida o fazer deturpado!

O céu, o paraíso, tão simples, tão preciso,
Aceite o que a vida lhe dá, procure agradar,
Não procure as suas atitude nos outros,
Compreenda o seu próximo, seja participativo,
Pense por si, reserve tempo para alguém,
Não procure a sua felicidade, ofereça-a!

Cada dia é único, não é apenas a consequência de ontem,
Pode ser diferente, melhor, pode ser o que dele fizermos!

A felicidade não se procura, pois nunca a encontrará!
A felicidade faz-se e constrói-se a cada momento!


Alberto Cuddel


sábado, 6 de junho de 2015

Sem Ti...



A noite fechou-se sobre o doloroso leito da solidão,
veio vento barulhento, tirar-me a concentração,
o ruído das paredes da sala gemendo vazias,
clamando ser cheias pelo calor da tua voz...

Alberto Cuddel​

Card By Infinitamente Nosso & Palavras de uma Vida

Tome-me em seus braços, 
Eleve-me em suas asas, 
Faça-me fonte do seu pecado! 
Tu mulher que me consomes!

Que me fazes amar cada minuto,
Sentir saudade de cada segundo, 
Enlouquecer a cada hora afastado! 

Alberto Cuddel

Card By Infinitamente Nosso & Palavras de Uma Vida

Quieto parado, 
Imóvel, 
Vendado,
Disponível
As tuas vontades, 
Mais íntimos desejos,
Faz de mim tua sedução 
Transforma-me em objeto, 
Ser teu é certeza, 
Na entrega, 
Me tens amarrado 
A ti em ti, por ti, 
Vem estou ardendo, 
Avido de te ter, 
De te possuir, 
Na imobilidade, 
Da prisão que prende, 
Voluntariamente a ti! 

Vem! 
Te espero! 

Albert Cuddel

Sou poeta....

Sou poeta...


serei poeta se rimar em mim próprio,
serei poeta se deixar livre o pensamento,
se deixar de escrever, para mim, para ti...
se deixar de escrever para alguém...


serei poetas se livres forem as palavras,
se rimarem em outras varas
onde a justiça não chegue...


serei poeta se não me amar a mim próprio
para escrever sendo tu
fazer meu o teu sentir, gemer na tua dor...


serei poeta se vir o nascer ao sol-por,
se renascer na morte, se morrer no nascimento...


serei poeta se puder por no papel,
toda a beleza do infinito firmamento!


assim...
resta-me não ser..
embora possa parecer...
o que verdadeiramente não sou...






Alberto Cuddel

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Fado!

Fado!

Alma lusa feita som,
No trinado chorado,
A saudade de outros mares,
Nas casas de bairro cantado,
São saudade, desespero,
São amores num olhar,
Rouquidão da voz, um outro cantar!
Chorando baixinho noite adentro,
Alma que queima por dentro,
Saudade, de um outro chorar!
Poema feito som, nas cordas trinado,
Gemido e gritado aos ventos, de Lisboa,
Em Coimbra os amores, 
De lá outros cantores de serenatas afamados,
Cantados,
Sempre cantados,
Os amores em outros fados,
Alma nossa, lusa alma,
Na saudade e na desmanda,
Que pelo mundo transposta,
A saudade da nossa porta,
No gemer de uma guitarra!

Alberto Cuddel


Vai deixa-los passar?



Trago no peito a vontade,
Levo na alma a saudade,
Dessa outra responsabilidade,
Que é conquistar a liberdade!

Senha esta que nos leva, resenha escrita de ti,
Onde paras respeito, que a morte tinha por ti!

Vida esta sem valor, morta por nascer,
A troco de nada, razão a querer viver!

Promessas, apenas promessas,
Que revelam apenas são desejos,
Enganam os tontos com essas,
Os outros bastam simples festejos!

Arte nobre, nobre arte,
No grego berço nascida,
Pobre de ti politica,
Pobre de ti democracia!

E eu a vê-los passar,
Praguejando de braços no ar,
Mas ideias, propostas,
Isso deixem para outros pensar,
Decidir por vós o dia,
Criar por vós a divida,
Que um dia ides pagar!


Alberto Cuddel


O nosso pais,



O nosso país,

Este país não é meu,
Enquanto o olho pelo ecrã da tv…
Este país não é meu,
Enquanto o crítico apenas aqui…
Este país não é meu,
Enquanto na porta ao lado há gente com fome…
Este país não é meu,
Enquanto na eleição deixo os outros eleger…
Este país não é meu,
Enquanto deixo os outros decidirem…
Este país não é meu,
Enquanto deixo apenas os outros manifestarem-se…
Este país não é meu,
Enquanto não for eu agir…
Este país não é meu,
Enquanto não for eu a sair há rua…
Este país não é meu,
Enquanto não for eu a propor alterações…
Este país não é meu,
Enquanto não trabalhar gratuitamente pelo futuro…
Este país não é meu,
Enquanto não forem minhas também as vossas dores…

Alberto Cuddel



quinta-feira, 4 de junho de 2015

Dissolvido!

Dissolvido! 


O coração cheio de vazio contínuo.
Nada que mude o cego destino.
Rosto pálido, semblante caído,
Águas negras infestadas,
Demónios do passado,
Descrenças, desconfianças,
Atolado neste negro propósito,
Sem salvação, sem vontade de sair!


Forças, uma a um abandonam o ser,
Vontade, desejo de mergulhar,
Deixar afundar, aguas profundas,
Ausência de luz, palavras, querer,
Lua, noite eterna, 
Luar ambulante que me perde,
Que me encontra, despedaçado,
Arremessado continuamente pela corrente,
Há rochas firmes da certeza do orgulho,
Assim me diluo, neste (a)mar que me absorve!
Sendo noite, na desilusão, deste (a)mar!


Alberto Cuddel

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Narcisismo…


Narcisismo…

Espelho prateado,
Debruado e ornamentado,
Longo olhar, minguante,
Crescente, contornado,
Profundamente penetrante,
Num arco perfeito,
No longínquo firmamento,
Tu, olhas-te admirando,
Os tons prateados,
Do teu redondo reflexo,
Lua triste e segura,
De um brilho,
Que nem sempre dura,
Nova ou cheia,
Ilumina a noite,
Com a restante luz do dia,
Assim é, assim será,
Nunca apenas ela se bastará!

Brilha e oculta,
Oculta e brilha,
A penumbra dos encontros,
Onde se escondem os outros,
Os enamorados, os amantes,
Espelho de água, que os atrai,
No hoje, no ontem e antes!

Alberto Cuddel

terça-feira, 2 de junho de 2015

Leio(me)



Leio(me)

Não nas frases e versos já escritos,
Não nas rimas quadras e sonetos,
Mas nas entrelinhas desses ditos,
No que não foi ainda porém escrito,
Pensado, versejado, lido, desenhado!

Leio(me) no olhar cansado do mendigo,
Leio(me) no passo apressado no caminho,
Num olhar triste de alguém perdido,
No rosto inocente de uma criança,
No sofrimento do rosto de Cristo!

Leio(me) na alegria da face da noiva,
No rosto puro e singelo de Maria,
No cantar incessante da cotovia,
Na beleza pura da voz de uma diva!

Leio(me) no teu rosto, espelho de mim,
Nas palavras soltas que escrevo sem fim,
Na forma apressada com que escrevo,
Na sorte amaldiçoada de um só trevo!

Leio(me) para me poderes ler a mim!

Alberto Cuddel

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Entre o Dia e a Noite!

 
 
Entre o dia e a noite!
 
Noite esta que não desejei, ausente de mim,
Distante, na obscura luta da sobrevivência,
Noite de lúcidos pensamentos, divergentes,
Revoltantemente confusos, difusos no ser,
Entre o partir e o ficar, o sair a trabalhar,
Entre a espada e a parede, desejos sem rede,
Noites estas de incúria, desmedido sentir,
Vivendo o feitiço da lua, nula sorte a tua,
Eu na noite, tu no dia, apenas um olhar,
Um sentir a amarga saudade, que noite,
Noite da saudosa aurora, do dia, encontro,
O doce toque do beijo, o calor de tua pele,
O parar o tempo e ficar, entre a despedida,
E o doce e terno movimento do verbo amar!
 
Alberto Cuddel
 


terça-feira, 26 de maio de 2015

Silêncio

Silêncio...

Perco-me em considerações exacerbadas,
Do silêncio contido nas palavras, 
Palavras escondidas no olhar, 
Critico que fica por dizer,  escrever, 
Por detrás da tela onde te escondes, 
Convicta que o silêncio é teu, 
Contido no grito de palavras escritas, 
Ditas,  sentidas no distante alguém...


Tudo num nada silencioso,
Onde se calam as palavras, 
Que escritas não foram,
Para que não pudessem ser voz!..


Alberto Cuddel

Poemas do Adeus! 

26/05/2015

Fim

Escrevi a mim,
Por estar cansado de te escrever,
Escrevi a mim,
Para me lembrar, que de mim escrevo,
Escrevi a mim,
Para me dar alegria de me ler,
Escrevi a mim,
Para saber quem sou,  por onde vou,
Escrevi a mim,
Apenas porque sim,
Escrevi a mim,
Para me despedir da escrita,
Escrevi a mim,
Adeus a ti!

Fim!

Alberto Cuddel

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Destino!


 
Sigo subindo, descendo alternando na vida,
Sem caminho ou rumo um apenas destino,
Correntes quentes, frias, volta ou uma ida,
Sóbrio, consciente, tentando manter o tino!
 
Como num balão, sigo dançando o humor,
Subindo e descendo, seguindo, dirigindo,
Rumo a um futuro certo, não um rumor,
Navego no ar da nossa vida construindo,
Mesmo no silêncio, mesmo no riso, navego,
Na dúvida, na desilusão, nunca me vergo!
 
Corres em mim, no seio do meu querer,
Vontades que reprimo, não quero ver,
Tempestades traiçoeiras das palavras,
Bonanças enganadoras das verdades,
São em mim apenas passado, saudades!
 
Suposta indefinição em mim segredada,
Por não existir caminho, apenas nada,
Mas sigo, qual timoneiro adormecido,
Navegando rumo ao nosso destino!
 
Fazendo meus, teus sonhos, meus desejos,
Entre fortes palavras, a doçura dos beijos!
 
Alberto Cuddel
25/05/2015 16:04

domingo, 24 de maio de 2015

Dor




Dói a alma na gritante discórdia de ter que doer,
Dói a voz amordaçada e calada que grita assim,
Dói o coração que bobeia a seiva para não morrer,
Dói porque dói, dói apenas sem mais porque sim!

Perdido, encontrado, esquecido de si,
Poeta fingido roubado, abraçado por ti,
Ruas cinzentas, estreitas, sujas vielas,
Que correr vivendo espreitando janelas!

Procuras motivo no fingimento da dor,
Roubas curado ao coração magoado,
Fútil motivo a largares o dom do amor,
Sozinho, perdes viagem e eu a teu lado!

Dói saber que agora dói mesmo sem querer,
Dói saber que mesmo curado continua a doer!


Alberto Cuddel

sábado, 23 de maio de 2015

Explicando o Impossivel

Nas belíssimas criticas que muitos construtivamente me fazem, muitas vezes me acusam de poetizar muito sobre os mesmos temas, AMOR, SEDUÇÃO, ERRO, PAIXÃO, PERDÃO ETC... 
talvez por isso eu vos deva uma explicação... cá está ela!....


“Todas as cartas de amor são 
Ridículas. 
Não seriam cartas de amor se não fossem 
Ridículas.”
Álvaro de Campos


Todas as palavras que te escrevo são
Ridículas.
Não só as de amor, sedução, ilusão, são
Ridículas.
Mas as outras que de inteligentes são
Ridículas.


São ridículas no sentido e na forma,
Na ânsia disforme, na fome de leitura,
E tudo porque uma vã ridícula norma,
Que impõe que se leia literatura,
E as fases ridículas? Sem sentido?
Ridicularizadas no tempo perdido,
Que alguém perdeu a ler!
Pois o ridículo é escrever.
Sinto-me ridículo, na forma de dissecar,
Jogar, até assassinar, longos poemas,
Com mesquinhas considerações sobre nada,
Será lido? Será escrito?
Que importa, se o pensamento esse é
Ridículo,
Pelo ato de puramente ser pensado!

Sou Ridículo....

Alberto Cuddel
19:09 23/05/2015

Card Parceria Palavras de uma Vida & Infinitamente Nosso


Card Parceria Palavras de uma Vida & Infinitamente Nosso


Card Parceria Palavras de uma Vida & Infinitamente Nosso


Tempestade em copo de água!

Tempestade em copo de água!

Sou tantas vezes a tempestades que se forma,
A causa deturpadora do sol oculto e escondido,
Palavras atiradas fora de tempo, sem norma,
Silêncios, palavras de apreço que devia ter dito!

Mal entendidos, medos escondidos,
Ocultação, profanação do ser,
Atitudes, gestos incompreendidos,
Tudo ou nada que fica por dizer!

Tempestade, onde se forma?
No longínquo passado esquecido,
Trazido ao presente num gesto,
Num silencio, numa palavra!

E no fim?
Uma tempestade em copo de água!


Alberto Cuddel

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Escondido em mim!




Perco-me na perspicácia da analise,
Conceitos individualistas do querer,
Nobres feitos heroicos agora realize,
Escrita perdida que tento esquecer!

Reclusão involuntária do pensamento,
Revolta solitária individualista perder,
Mutilação no olhar perdido o momento,
Enclausurado em mim para não ver!
Explosão idiota, eruditas soltas rimas,
Perdido na perceção caídas lagrimas,
Sonhos impostos individual vivência,
Ser pensante com imposta abstinência!

Vegetativo homem seguindo calado,
Ordens e desejos que vais emanando,
Silencio gritado que impondo o ditas,
Palavras, revoltas a não serem escritas!

Represento quieto o sonho abjeto,
Ser que procuras como um objeto,
Marioneta das tuas loucas vontades,
Perdido em mim nas loucas saudades!

Navego no mundo do virtual desejo,
Por minha vontade escrever o beijo,
Querer correr na cadeira sentado,
Querer sentar correndo a teu lado!

Assim conformado, desistindo de ser,
Vontade reprimida, restando escrever!

Alberto Cuddel

 

Alfa derrotado,

Alfa derrotado,

Trago na boca o sabor amargo da derrota,
Sangue da vida, que se esvai, quente brota,
Rejeição da matilha por fraco sensível ser,
Lobo que homem um dia ousou sonhar viver!
 
Preso entre ele e os outros, entre ser e fazer,
Enclausurado escondido, para não ser revelado,
Afastado por uns, incompreendido por escrever,
Segue solitário o seu destino, longe foi exilado!
 
Percorre virtuais destinos, preso no passado
Corre fugindo do querer a que foi destinado,
Vales de suplicas, serras do atroz sofrimento,
Uiva, grita, se detém, tudo por um momento!
 
Vida que congrega, separa, junta e agrega,
Vida que se sonho que o sangue segrega,
Vingança atroz que o passado persegue,
Seca na garganta sacia, anseia e segue!
 
Abandono, solidão, pela fraqueza da alma,
Capaz de si próprio, abraça, e com calma,
Abonadona a vida na sensibilidade da alma!
 
Alberto Cuddel

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Olhar

 

Não perco o olhar com que te vejo,
Perdido que está o brilho no beijo,
Negro caminho que trilho sozinho,
Pedras descalças, soltas no caminho!
 
Cabelos que esvoaçam no frio vento,
Risos reprimidos presos por dentro,
Quedas, joelhos no abrasivo chão,
Gemidos calados pedindo perdão!
 
Ramos quebrados, galhos caídos,
Braços cansados, sempre erguidos,
Abraços no nada que a vista contém,
Abraços esperam encontrar alguém!
 
Lágrimas que caem, estrada da vida,
Semente caída que agora germina,
Gelada a esperança agora perdida,
Nada, ninguém, nem mesmo surdina!
 
Assim morrer no auge do querer,
O sonho do homem sem nascer!
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Semente mortal!

 
Seara queimada onde não nasce nada,
Negra tristeza na queda ao abismo,
Estatua negra, fria, assim desnudada,
Desprovida de todo o seu irrealismo!
 
Solidão do querer, com as flores mortas,
Fechadas que estão as tristes portas,
Deambulo pelo saber de ontem perdido,
Preso na garganta o grito gemido!
 
Anafado corpo atirado a um canto,
Cantam demónios em gritos de pranto,
Pedras que rolam na escarpa da vida,
Corrida permanente, viagem de ida!
 
Terramoto abatido, conversa fiada,
Certezas de tudo, palavras de nada,
Pedras que rolam da altiva escarpa,
Cordas que quebram na fúria da arpa!
 
Suicídio das palavras escritas na água,
Frases de um outro mar onde desagua,
Infeção na caneta que geme de dor,
Morte a quem que sonhou ser escritor!
 
Arrependimento que mata a cada noite,
Uivos bradam no ar noturno como acoite,
Fantasmas despertam do ontem passado,
Perdoado, não esquecido, agora lembrado!
 
À solidão gabo-te a sorte,
Perdida, esquecida,
Desistindo da morte!
 
Grito socorro na sala vazia,
Angustiante ninguém ouvia,
Canto escuro aninhado no nada,
Uma flor morta, vazia jarra!
 
A semente não germinou,
O sonho morreu, acabou!
 
 
Alberto Cuddel