quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Fogo!

Não é desgosto, não é saudade,
Não é paixão, não é ansiedade,
Este fogo que em meu peito arde,
É amor, é alegria, é tristeza, é vontade,
De te ver, de te abraçar, de te tocar,
Nas noites de solidão, nos dias entre gente,
No correr da viagem, neste vago deserto,
E tudo preso dentro do peito,
Querendo sair formando correntes,
Palavras presas por entre os dentes,
Amontoadas na tinta da pena,
Quietas não apertadas num teclado,
E eu assim quieto, mudo e calado,
Sufocando sobe o fogo que em meu peito arde,
Por querem a mentira e só sei dizer verdade!


Alberto Cuddel

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