segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Volta tu a ser mulher
Despojada tua alma
Das roupas do passado,
Te entregando
Por amor,

À metade que te completa!


Assim no silêncio da natureza,
Pondero, o passado, o futuro,
O local, a solidão e a sua beleza,
Na profundidade do ser,
Sinto apenas metade de mim,
Incompleto, a ausência da partilha,
Eu só nada sou, não existo,
Pois só em ti me realizo!





sábado, 25 de outubro de 2014

Erro perdoado!



Agua que passa não volta a passar,
Erros cometidos já mais são esquecidos,
Agua que passa veloz move moinhos,
Erros de dor se transformam em carinhos.

Assim o erro dá novo ímpeto ao sentir,
Transformando a dor no que te faz sorrir,
Agua que aqui passa, jamais passará,
O erro cometido jamais se repetirá.

De novo se ama dando no fulgor do sentir,
De novo me entrego com a alma despida,
Assim me arrependo sem o erro encobrir!

Na força e pureza da agua me fiz redimir,
Do pecado repugnante onde estava investida,

Assim escrevo o que me deixam exprimir!

Sair a trabalhar!



Assim partimos,
Nas costa o peso do dever,
O penoso sair de casa a sofrer,
O prestar contas aos que comigo contam,
Os deveres ontem assumidos,
O trabalho para que outros possam contar,

Partir, sair, trabalhar, passear, ir, viajar!


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Olhar,

Nesse mar onde me perco,
Nas lágrimas que fiz brotar,
A profundidade do ser,
Onde vejo teu sonho,
Onde me vejo amar,
Vendo tua alma por dentro,
No puro e cristalino olhar,
Espelho de meu rosto,
Gravado no prazer de ver,
De sentir, de ser amado,
Tudo isso vejo, ao olhar-te deste lado,
Na profundidade do mar,
Que transbordou, assim estou,
Olhando, teus olhos,
Implorando, para que o teu olhar,
O meu encontre, na verdade da saudade,
Onde o erro que os fez chorar,

Possa agora repousar, na certeza de te Amar!




terça-feira, 21 de outubro de 2014

Arrependimento!

Há momentos em que o coração para!
Depois do erro,
No desespero do arrependimento,
Perdemos a força e a vontade de lutar,
Pelo perdão, pelo recomeçar,
Pelo deixar de sofrer, pelo querer,
De novo confiar, de novo Amar!

Perdemos a vontade de dizer,
A vontade de falar, ficamos,
Imóveis, olhando o infinito distante,
Calados, esperando apenas o coração parar,
Na triste vontade de se dissolver,
Desaparecer, levando consigo o sofrimento,
A quem mais se ama… e tudo porque um dia,

Não soube dizer basta, não!


sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Bom dia!


Apenas um bom dia,
Poderá ser o único,
O ultimo ou primeiro,
Saudação,
Quente ou gelada,
Sozinha ou acompanha,
Por um comprimento,
Um abraço, um beijo!
Mas será sempre um bom dia!
Pura singela saudação,

Desde que vinda do coração!


Entrega!


No calor do momento assim me prendes,

No sabor do puro-sangue, tornando me teu,

Como um vírus que se espalha,

Pelas veias ditadas pela paixão,

Percorrendo e despertando meu corpo,

Assim me entrego na totalidade ao teu querer,

Na mais pura união me ofereço a ti,

Para que meu sangue seja teu,

Para que possas viver no meu corpo,

Para que possas viver também por mim,

Alimento divino de tua alma,

No amor que te concedo, sem pedir!


quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Manhãs cinzentas!



Manhãs cinzentas, do longo acordar,
Fugas das ruas pobres e difícil penar,
Arremessados perdidos os excluídos,
Que ontem tudo tinham, hoje perdidos!

Manhãs cinzentas, do longo acordar,
Espera longa e inquieta forte pensar,
Decisões sentidas na ondulada corrida,
Fuga para a frente por alguém perdida!

Manhãs cinzentas, do longo acordar,
Onde me quero aninhado no teu leito,
Em ti espero nos teus braços acordar!

Manhãs cinzentas, do longo acordar,
Fogo pungente que ardendo no peito,

Nos faz de novo na vida voltar a sonhar!


quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Quem somos?


Somos,
Moldados pelo tempo,
Pelo tempo que nos foge das mãos,
Pelo tempo que perdemos,
Em que parados esperamos,
Pelas decisões,
Pelas que tomamos,
Pelas que ficam por tomar,
Pelas portas,
Pelas portas da vida,
Que teimamos em não abrir,
No triste medo de tudo largar!

Mas…
E se um dia,
Do nada o relógio parar,
E a chave da porta nela se encontrar,
O formigueiro nas mãos, o calor no peito,
A adrenalina crescente, destino certo,
A porta se abre, e do nada tudo muda,
A surpresa, o aceitar, o querer ser diferente,
O quer partir, o aceitar mudar…
Nova vida, numa triste vida nova!


terça-feira, 14 de outubro de 2014

Destemida!



Destemida segues firme no teu desejo,
Assim persegues a imagem na ânsia do beijo,
Provocando, atiçando o inebriante louco desejo,
Esperando, desesperadamente sonhado!

Destemida te mostras, nas formas de teu corpo,
Insinuando, na longa espera fazendo-me louco,
No sussurro da voz, no quente e ardente sentir,
No manter acesa a vontade de pegar e partir!
De um mundo de sonhos de onde quero emergir!

Destemida te mostras, onde te encontras?










segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Correndo Parado!

Corrida veloz escondida do tempo,
Pedras em que tropeças no caminho,
Sono velado, no adormecer desejado,
Luar desejado, na distante ausência,
Aqui fico, olhando,
Querendo nela cruzar,
Com o teu longínquo olhar!

Volto a correr sob a primaveril enseada,
Na chegada triunfante do teu despertar,
Raio de sol iluminado teu suave rosto,
Perfume intenso do desejo da noite!

Assim estou entre o constante movimento,
E contemplando, completamente absorto,
O momento, a imobilidade do ficar parado,

Olhando, correndo, parando  vivendo o momento!

Assim navego a saudade!

Assim é!
Quando a saudade aperta,
Deito e adormeço
Sonhando içando a vela,
Partindo por mares de loucura,
Na doce e terna candura,
De sonhando te encontrar,
Nesse outro longínquo mar,
Onde me esperas segura,
Que um dia ao amanhecer,
Finalmente na verdade,
Nos possamos tocar e ver,
Acabando com a saudade!

Parti de longe para te encontrar,
Na espuma das ondas, no cheiro do ar,
No som da maré, deste lado do mar!

Assim estou, navegando a bolina,
Me libertando envolto em neblina,
Quebrando amarras ao passado,
Que me prendem deste lado!

Me espera ardentemente no porto,
Onde quero chegar, minha barca atracar,
Para jamais voltar a partir, para jamais navegar!




A Fome

A Fome…
A fome ousada de te possuir a alma,
O querer, o forte desejo crescente,
Um querer alucinantemente ardente,
A sede de ter em mim tua vontade,
Tornar nossa fome única, partilhada,
Unir nossas mentes na forte paixão!
Assumindo o risco, sem receios,

Entrega, mutua, consentida, desejada!


terça-feira, 7 de outubro de 2014

A verdade da mentira,


Prefiro uma verdade que dói,
Do que uma mentira que constrói,
Pois tudo o que é edificado na mentira,
Sempre irá cair, não ira sobreviver,
Já tudo o que nasce na verdade partilhada,
Não pode ser destruído, assim edificado o sentir,
Na plena consciência que juntos podemos construir,
A plena união, no amor, na verdade, na paixão,
Na saudade, na confiança, no desejo,
Na esperança, de um dia por mais que demore,

Nos unirmos como um só!

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Vazio!

Porque hoje decidi,
Não mais ficar vazio de ti,
Arrancarei do meu peito,
O vazio que me devora,
Preenchendo-o comigo próprio,
Criando espaços de acolhimento,
A uma nova forma de vida,
Abdico deste longo penar,
Não mais,
Não mais quero assim caminhar,
Com um vazio que me prende,
Que me consome por dentro,
Que me arrasta para a destruição,
Que me faz definhar,
Que me devora…
Decidi abrir esse espaço…
A quem nele quiser entrar…

Decidi deixar de o manter vazio…

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Saudade!


Do nada assim fiquei,
Quieto chorando no meu canto,
Sentido saudade, de uma palavra,
Um sinal, sentindo a falta de ti,
Quieto imóvel, neste local frio e gelado,
Por não poder falar, por ficar calado,
Na solidão arremessada e devassada,
Pela hipocrisia de uns, outros sofrendo,
A angústia da ausência, da forma escrita
Dedilhada, musicada, da palavra,
Saudade é isso que sinto, por amar,

Quieto nesta esquina esperando o tempo passar!


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A lente,


Onde corre a imagem,
Retida, memorizada, guardada,
Eternizando o momento gravado nos sentidos,
Assim olho recordando o sentir,
O abraço, aquele abraço,
Que te envolveu o corpo despido,
Seguro, firme, percorrendo o teu corpo,
Num sopro de puro prazer,
O aconchego, o toque, na envolvência da seda,
O beijo, aquele beijo na nuca,
Sustendo a respiração,
A corrente gelada que teu corpo percorreu,
Fazendo ferver teu sangue, no desejo por mais,
Sons, a memoria do gemido, da respiração,
A visão, ajoelhando, beijando teu ventre,
O sabor, doce, quente, revigorante,
O movimento, a sincronização da batida,
Do pulsar, cúmplices, se deixam partir,
O delírio sincronizado, explosivo, gemido, gritado!
A memoria, todo sentir, aqui gravado,
Na corrente da porta, na luz que me aquece,
Numa pena caída, de seda sentida,

E a lente, que me devolve teu nome, no meu olhar!