quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A lente,


Onde corre a imagem,
Retida, memorizada, guardada,
Eternizando o momento gravado nos sentidos,
Assim olho recordando o sentir,
O abraço, aquele abraço,
Que te envolveu o corpo despido,
Seguro, firme, percorrendo o teu corpo,
Num sopro de puro prazer,
O aconchego, o toque, na envolvência da seda,
O beijo, aquele beijo na nuca,
Sustendo a respiração,
A corrente gelada que teu corpo percorreu,
Fazendo ferver teu sangue, no desejo por mais,
Sons, a memoria do gemido, da respiração,
A visão, ajoelhando, beijando teu ventre,
O sabor, doce, quente, revigorante,
O movimento, a sincronização da batida,
Do pulsar, cúmplices, se deixam partir,
O delírio sincronizado, explosivo, gemido, gritado!
A memoria, todo sentir, aqui gravado,
Na corrente da porta, na luz que me aquece,
Numa pena caída, de seda sentida,

E a lente, que me devolve teu nome, no meu olhar!


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