sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Desisto

Assim me abandono perdido no tempo,
Navegando nas restantes memórias,
Momento vincados, a ferro gravados,
Da chuva de Março, do cantar dos pássaros,
Do cheiro da pele, das tremulas mãos,
Do despir da alma, do toque da pele,
Da entrega, o beijo, o abraço!
Assim me entrego entre um trago,
Mantendo no palato o sabor,
Memoria do teu quente beijo,
E o acender do cigarro,
Círculos disformes no ar,
Fumo que se dissipa,
Me transporta ao passado,
Aos quentes Verões,
Aos abraços de inverno,
Aos momentos de prazer,
As discussões por nada,
Ao fazer as pazes na cama,
Há escrita compulsiva,
Ao grito, ao sorriso,
Há melancolia da solidão,
Há estúpida depressão…
Para agora entre um trago e um cigarro,
Me abandonar sentado,
Na imobilidade da quietude,
No silencio forçado,
Que é aqui sentado,

Estar vazio de ti!

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Solidão!


No vazio que é a tua ausência,
Faltam-me as palavras,
Palavras que ecoam no espaço,
Outrora preenchido por teu ser!

Árida memoria,
Faltam-me as palavras,
Definido pesar,
A dor do recordar,
Dos momentos,
Do prazer sem medida,
Da felicidade sentida,
Das juras, dos abraços,
Dos medos, dos sonhos,
Dos projetos…

Faltam-me as palavras,
Preenchendo o vazio,
Deixado por tua ausência!







segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Devolve-me a liberdade!



Arranca meus medos,
Que me envolvem e tecem,
Arranca meus medos,
Que me detém aprisionada,
Arranca os bloqueios,
Que impelem a liberdade,
Arranca os bloqueios,
Que me impedem o sonho,
Corta-me as amarras,
Deixa-me ser livre,
Deixa-me decidir,
Não me retenhas,
No aperto do passado,
Arranca, corta, desata,
Tudo quanto me impede,
De finalmente te AMAR!


Aprisionado!

Noite,
Lua de sangue,
Aprisionada no sonho,
Dos inquietos agoiros,
Que negras asas transportam,

Negra e imóvel,
Imagem do passado,
Grades que te têm
Aprisionado a mim,
Tu que te roubaram o coração,
Tu que imploraras a liberdade,
Tu que os fantasma devoram,
Decidida, no meu mundo,
De paixão vestida,
No fogoso prazer,
De te ter,
Assim para mim,
Te mantenho refém,
 De um sonho sem medida!


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Oculto desejo!


Oculta nos sonhos,
Oculta no mistério da noite,
Te escondes na doce mascara,
Dos desejos profundos,
Mistério e sedução,
Sobressalto hormonal,
Olhar profundo,
Despindo a alma,
Na ténue luz calor corporal,
Perfume de sedução,
Na representação do oculto em mim,
Me envolves,
Me seduzes,
Para do nada,

Apagarem-se a luzes!

Felicidade!



Ontem pensava,
Quão errado estava,
Não era no querer ser,
É no dar, no perdoar,
No compreender, no aceitar,

Lá sim a posso encontrar!
Busca incessante,
Por um sentimento,
Sem ver que estava
Mesmo ao meu lado!

Apenas sou feliz,
Se tu fores feliz,
Apenas posso receber,
Se der sem esperar,
Receber em troca!

Hoje, meus olhos se abriram,
Meus ouvido ouviram,
Meus lábios se fecharam,
E minhas mãos se levantaram,
Para dizer hoje descobri!
Tudo por Amor!


domingo, 17 de agosto de 2014

Desejo!

Hoje todo eu sou desejo,
No corpo, na alma,
Toma-me com a fome do olhar,
Faz de mim teu pecado,
Seduz-me nos silêncios do toque,
No calor das palavras,
No quente respirar,
Na força do querer,
No doce amar…
Toma-me,
Por entre rasgados gemidos,
Movimentos de paixão,
Brilho que ofusca,
O longo luar….





quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Cansaço!


Arrastam-se penosamente para casa,
Cansados, exaustos por mais um dia,
Nas vidas de árduo trabalho!
Abatidos e desgastados fisicamente,
Desejando carinho, afeto…
Sem que o corpo obedeça a alma,
Sem dúvida desejam o impossível
Caem no leito imóveis

Sonhando o amanhã!




terça-feira, 12 de agosto de 2014

Sem sentido!

Não me toques…
Não me vejas…
Permite-te desfrutar…
Abandona-te na entrega,
Deixa crescer o desejo…
Sente o sangue a fluir…
Ouve, escuta, o silêncio da noite…

Uma gota!
A respiração contida…
O arrepio, o desejo…
A espera, a angústia…
Suspiro, respiração controlada,
Soprada ao ouvido…

A suavidade do toque,
Pontual, incerto,
Localizado, oculto dos sentidos.
 A ânsia… volúpia…
Controlo de movimentos,
Quero… Quero mais…
Do despertar da madrugada,
Do fogo do sol…

Quero, quero ter-te…

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Conflito!

Na discórdia do orgulho,
No “eu” cansado e gasto,
No retribuir o cansaço,
Palavras disparadas como balas,
Esgrima infrutífera de frases,
Desconexas deixadas no passado,
Perguntas sem respostas,
Respostas silenciadas às não perguntas!

Silencio,
A queda,
A pergunta,
O perdão!

Porquê?

As lágrimas,
O baixar a guarda,
O depor a arrogância,
Antes empunhada com orgulho,
A Paz,
O abraço desejado,
O dialogo, promessas,
O beijo longo e demorado!
O olhar, o carinho,
O limpar a lágrima caindo!
Afinal na guerra apenas queremos a Paz!...


Folha de papel

Assim te encontras,
Avida de mim,
Num aceso desejo,
Suplicas e imploras,
Preenche-me,
Com palavras,
Ideias perdidas,
Eternizadas nem mim.

Assim me inebrias na tua nudez,
És um tudo sem ser nada,
És amor, paixão, declaração de guerra,
És carta, acusação, és saudade,
Paralelas sem fim,
Onde me reconforto no silêncio
Da humilde tua escuta,
Assim me esperas apaixonada,

Desejando ser escrita!