sexta-feira, 29 de maio de 2015

Entre o Dia e a Noite!

 
 
Entre o dia e a noite!
 
Noite esta que não desejei, ausente de mim,
Distante, na obscura luta da sobrevivência,
Noite de lúcidos pensamentos, divergentes,
Revoltantemente confusos, difusos no ser,
Entre o partir e o ficar, o sair a trabalhar,
Entre a espada e a parede, desejos sem rede,
Noites estas de incúria, desmedido sentir,
Vivendo o feitiço da lua, nula sorte a tua,
Eu na noite, tu no dia, apenas um olhar,
Um sentir a amarga saudade, que noite,
Noite da saudosa aurora, do dia, encontro,
O doce toque do beijo, o calor de tua pele,
O parar o tempo e ficar, entre a despedida,
E o doce e terno movimento do verbo amar!
 
Alberto Cuddel
 


terça-feira, 26 de maio de 2015

Silêncio

Silêncio...

Perco-me em considerações exacerbadas,
Do silêncio contido nas palavras, 
Palavras escondidas no olhar, 
Critico que fica por dizer,  escrever, 
Por detrás da tela onde te escondes, 
Convicta que o silêncio é teu, 
Contido no grito de palavras escritas, 
Ditas,  sentidas no distante alguém...


Tudo num nada silencioso,
Onde se calam as palavras, 
Que escritas não foram,
Para que não pudessem ser voz!..


Alberto Cuddel

Poemas do Adeus! 

26/05/2015

Fim

Escrevi a mim,
Por estar cansado de te escrever,
Escrevi a mim,
Para me lembrar, que de mim escrevo,
Escrevi a mim,
Para me dar alegria de me ler,
Escrevi a mim,
Para saber quem sou,  por onde vou,
Escrevi a mim,
Apenas porque sim,
Escrevi a mim,
Para me despedir da escrita,
Escrevi a mim,
Adeus a ti!

Fim!

Alberto Cuddel

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Destino!


 
Sigo subindo, descendo alternando na vida,
Sem caminho ou rumo um apenas destino,
Correntes quentes, frias, volta ou uma ida,
Sóbrio, consciente, tentando manter o tino!
 
Como num balão, sigo dançando o humor,
Subindo e descendo, seguindo, dirigindo,
Rumo a um futuro certo, não um rumor,
Navego no ar da nossa vida construindo,
Mesmo no silêncio, mesmo no riso, navego,
Na dúvida, na desilusão, nunca me vergo!
 
Corres em mim, no seio do meu querer,
Vontades que reprimo, não quero ver,
Tempestades traiçoeiras das palavras,
Bonanças enganadoras das verdades,
São em mim apenas passado, saudades!
 
Suposta indefinição em mim segredada,
Por não existir caminho, apenas nada,
Mas sigo, qual timoneiro adormecido,
Navegando rumo ao nosso destino!
 
Fazendo meus, teus sonhos, meus desejos,
Entre fortes palavras, a doçura dos beijos!
 
Alberto Cuddel
25/05/2015 16:04

domingo, 24 de maio de 2015

Dor




Dói a alma na gritante discórdia de ter que doer,
Dói a voz amordaçada e calada que grita assim,
Dói o coração que bobeia a seiva para não morrer,
Dói porque dói, dói apenas sem mais porque sim!

Perdido, encontrado, esquecido de si,
Poeta fingido roubado, abraçado por ti,
Ruas cinzentas, estreitas, sujas vielas,
Que correr vivendo espreitando janelas!

Procuras motivo no fingimento da dor,
Roubas curado ao coração magoado,
Fútil motivo a largares o dom do amor,
Sozinho, perdes viagem e eu a teu lado!

Dói saber que agora dói mesmo sem querer,
Dói saber que mesmo curado continua a doer!


Alberto Cuddel

sábado, 23 de maio de 2015

Explicando o Impossivel

Nas belíssimas criticas que muitos construtivamente me fazem, muitas vezes me acusam de poetizar muito sobre os mesmos temas, AMOR, SEDUÇÃO, ERRO, PAIXÃO, PERDÃO ETC... 
talvez por isso eu vos deva uma explicação... cá está ela!....


“Todas as cartas de amor são 
Ridículas. 
Não seriam cartas de amor se não fossem 
Ridículas.”
Álvaro de Campos


Todas as palavras que te escrevo são
Ridículas.
Não só as de amor, sedução, ilusão, são
Ridículas.
Mas as outras que de inteligentes são
Ridículas.


São ridículas no sentido e na forma,
Na ânsia disforme, na fome de leitura,
E tudo porque uma vã ridícula norma,
Que impõe que se leia literatura,
E as fases ridículas? Sem sentido?
Ridicularizadas no tempo perdido,
Que alguém perdeu a ler!
Pois o ridículo é escrever.
Sinto-me ridículo, na forma de dissecar,
Jogar, até assassinar, longos poemas,
Com mesquinhas considerações sobre nada,
Será lido? Será escrito?
Que importa, se o pensamento esse é
Ridículo,
Pelo ato de puramente ser pensado!

Sou Ridículo....

Alberto Cuddel
19:09 23/05/2015

Card Parceria Palavras de uma Vida & Infinitamente Nosso


Card Parceria Palavras de uma Vida & Infinitamente Nosso


Card Parceria Palavras de uma Vida & Infinitamente Nosso


Tempestade em copo de água!

Tempestade em copo de água!

Sou tantas vezes a tempestades que se forma,
A causa deturpadora do sol oculto e escondido,
Palavras atiradas fora de tempo, sem norma,
Silêncios, palavras de apreço que devia ter dito!

Mal entendidos, medos escondidos,
Ocultação, profanação do ser,
Atitudes, gestos incompreendidos,
Tudo ou nada que fica por dizer!

Tempestade, onde se forma?
No longínquo passado esquecido,
Trazido ao presente num gesto,
Num silencio, numa palavra!

E no fim?
Uma tempestade em copo de água!


Alberto Cuddel

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Escondido em mim!




Perco-me na perspicácia da analise,
Conceitos individualistas do querer,
Nobres feitos heroicos agora realize,
Escrita perdida que tento esquecer!

Reclusão involuntária do pensamento,
Revolta solitária individualista perder,
Mutilação no olhar perdido o momento,
Enclausurado em mim para não ver!
Explosão idiota, eruditas soltas rimas,
Perdido na perceção caídas lagrimas,
Sonhos impostos individual vivência,
Ser pensante com imposta abstinência!

Vegetativo homem seguindo calado,
Ordens e desejos que vais emanando,
Silencio gritado que impondo o ditas,
Palavras, revoltas a não serem escritas!

Represento quieto o sonho abjeto,
Ser que procuras como um objeto,
Marioneta das tuas loucas vontades,
Perdido em mim nas loucas saudades!

Navego no mundo do virtual desejo,
Por minha vontade escrever o beijo,
Querer correr na cadeira sentado,
Querer sentar correndo a teu lado!

Assim conformado, desistindo de ser,
Vontade reprimida, restando escrever!

Alberto Cuddel

 

Alfa derrotado,

Alfa derrotado,

Trago na boca o sabor amargo da derrota,
Sangue da vida, que se esvai, quente brota,
Rejeição da matilha por fraco sensível ser,
Lobo que homem um dia ousou sonhar viver!
 
Preso entre ele e os outros, entre ser e fazer,
Enclausurado escondido, para não ser revelado,
Afastado por uns, incompreendido por escrever,
Segue solitário o seu destino, longe foi exilado!
 
Percorre virtuais destinos, preso no passado
Corre fugindo do querer a que foi destinado,
Vales de suplicas, serras do atroz sofrimento,
Uiva, grita, se detém, tudo por um momento!
 
Vida que congrega, separa, junta e agrega,
Vida que se sonho que o sangue segrega,
Vingança atroz que o passado persegue,
Seca na garganta sacia, anseia e segue!
 
Abandono, solidão, pela fraqueza da alma,
Capaz de si próprio, abraça, e com calma,
Abonadona a vida na sensibilidade da alma!
 
Alberto Cuddel

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Olhar

 

Não perco o olhar com que te vejo,
Perdido que está o brilho no beijo,
Negro caminho que trilho sozinho,
Pedras descalças, soltas no caminho!
 
Cabelos que esvoaçam no frio vento,
Risos reprimidos presos por dentro,
Quedas, joelhos no abrasivo chão,
Gemidos calados pedindo perdão!
 
Ramos quebrados, galhos caídos,
Braços cansados, sempre erguidos,
Abraços no nada que a vista contém,
Abraços esperam encontrar alguém!
 
Lágrimas que caem, estrada da vida,
Semente caída que agora germina,
Gelada a esperança agora perdida,
Nada, ninguém, nem mesmo surdina!
 
Assim morrer no auge do querer,
O sonho do homem sem nascer!
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Semente mortal!

 
Seara queimada onde não nasce nada,
Negra tristeza na queda ao abismo,
Estatua negra, fria, assim desnudada,
Desprovida de todo o seu irrealismo!
 
Solidão do querer, com as flores mortas,
Fechadas que estão as tristes portas,
Deambulo pelo saber de ontem perdido,
Preso na garganta o grito gemido!
 
Anafado corpo atirado a um canto,
Cantam demónios em gritos de pranto,
Pedras que rolam na escarpa da vida,
Corrida permanente, viagem de ida!
 
Terramoto abatido, conversa fiada,
Certezas de tudo, palavras de nada,
Pedras que rolam da altiva escarpa,
Cordas que quebram na fúria da arpa!
 
Suicídio das palavras escritas na água,
Frases de um outro mar onde desagua,
Infeção na caneta que geme de dor,
Morte a quem que sonhou ser escritor!
 
Arrependimento que mata a cada noite,
Uivos bradam no ar noturno como acoite,
Fantasmas despertam do ontem passado,
Perdoado, não esquecido, agora lembrado!
 
À solidão gabo-te a sorte,
Perdida, esquecida,
Desistindo da morte!
 
Grito socorro na sala vazia,
Angustiante ninguém ouvia,
Canto escuro aninhado no nada,
Uma flor morta, vazia jarra!
 
A semente não germinou,
O sonho morreu, acabou!
 
 
Alberto Cuddel
 

terça-feira, 19 de maio de 2015

Card by M. Irene & Alberto Cuddel


Pelo Meu Olhar!

Pelo meu olhar!
Profundo olhar, honestamente terreno,
Efémero querer, grito mudo silenciado,
Castanho raiado, refletido em ti,
No desejo de escutar a tua alma,
De se fazer luz ao se cruzarem nos teus,
Tornar-se fogo do desejo do teu ser,
Tornar-se água na distante saudade,
Torna-se vidro refletindo a paixão,
Sou os olhos que te escutam,
Sou o que te diz o meu olhar!
Alberto Cuddel

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Faz de mim tua viagem!

Faz de mim tua viagem!Quero fazer-te em meu corpo viajar,Sentir o ardor de tua pele queimando,Dar asas à paixão, sem...

Posted by Alberto Cuddel on Segunda-feira, 18 de Maio de 2015

Retalhos reinventados!

Reinventamos a cada dia,
O amor, a sedução, alegria,
A Felicidade, a saudade!

O ontem?
Onde está o ontem?
Receitas passadas hoje reinventadas,
Novamente, novo a cada instante,
Uma pedra no caminho,
Uma rosa que floriu,
Um rosto por de trás de uma janela,
Uma palavra, um jardim,
Um querer, decisão, desejo,
Um roubado e doce beijo,
A primavera, a reinvenção,
O dia, as quatro estações,
A queda da lágrima na partida,
A gélida saudade do inverno,
A ânsia da chegada primaveril,
O fogoso calor do encontro,
Reinvenção diária,
Celebração do Amor!


Alberto Cuddel

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Fome de gestos!






Fome de gestos,

Fome de dar corpo às palavras,
Fome de ser físico o imenso sentir,
Fome do teu ser, do teu corpo,
Do sabor quente dos teus beijos,
Do salgado mar de teus lábios,
Perdição na profundidade do olhar,
Do caminhar guiado pelo mão,
De juntos realizar o sonho!




Fome de ti, da unidade dos corpos,
Do querer, do desejo, do pertencer,
Fome das tuas delicadas formas,
Vaguear com meus lábios por tua pele,
Saborear, beijar, fazer arrepiar,
Fome, do entrelaçado das mãos,
Dos sabores delicados, dos sons,
Dos gemidos abafados, da mordida,
Fome de me perder, de te encontrar,
Das mãos em meus cabelos,
Das longas pernas me rodeando,
Do embalo do movimento,
Da pressa, do ritmos, da batida,
Do grito, da ordem, do imediato,
Do Ama-me, do Sim…
Tenho fome, de nós…
 
Alberto Cuddel

14/05/2015
Sedução e Erotismo – 21
 
Imagem By Julianna - Tutt'Art@ (23)

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Elo!


Elo!

 

Não, não és metade de mim,
Sim, és tu, o suporte do todo,
Dos meus difusos fragmentos,
Partes de uma vida moldada em ti!

 

Cada pedaço, cada sentimento,
Cada emoção, cada angustia,
Em ti está ligado como cimento!
 

Ligas-me, num único ser,
Numa única vontade,
Numa verdade, num viver!
 

Fragmentos soltos, perdidos,
Chorosos, desligados, sofridos,
Longe e ausente, distante,
Assim em pedaços me deixas,
Se partes, quebrando os elos,
A magia que por ti me une!

Alberto Cuddel

Como Luz!

A aura de felicidade,
Ela te envolve e faz voar,
Correspondida no ato de amar!

Baloiças nas cordas que te prendem,
Firme e segura, ser amada, realizada,
Luz que inunda, que envolve,
Certeza, no desabrochar,
Na queda das folhas,
No crescimento das plantas,
Nas força das trepadeiras,
Que envolvem e te abraçam,
Feliz és como a beleza natural,
Cerca-te nasce de dentro,
Amas, és amada,
Segura de novo,
Na confiança em ti própria,
Mulher que és,
Firme no ter, querer,
No sentir, nos desejos de teu corpo,
Baloiças, porque a beleza,
Não te abandona o coração!


sexta-feira, 8 de maio de 2015

saCRIFiciO

Sacrifício!


Era noite, mais uma noite escura,
Uma estrela, apenas uma brilhava,
Nada, ninguém, sem versos de cura,
Sem rimas, significado que lhe dava!
Apenas mais um poema, desses sem nada,
Sem motivo, palavras, apenas me foi pedido,
Assim do nada, sem pensar, desfilam flores,
Cores, cinzentos, meu pensamento,
Linearmente corre tons prateados,
No lunar branco reflectido, nas águas
Desesperante solidão das respostas
Não, ninguém, mas falava? Não,
Respondia de surdina, embrenhado
Na conclusão açucarada de uma partilha,
De um explícito e físico ato de ser
Humano condenado à expectante
Santidade almejada, do amor dedicado
Ao divino corpo devoto de metade de mim,
Assim erguido no altar, oferecendo-me,
Eu em toda plenitude da minha rastejante
Humilde e ténue entrega a ti, em sacrifício,
Por prova, não de fé, não de entrega,
Mas num narcisista orgulho, de me por ti,
Me tornar NADA!

Alberto Cuddel


SeXo!

Sexo, 


Imagem nua de teu corpo, 
Forte te(n)são, desejo, 
Vontade de posse, possuir, 
Querer em ti fundir meu corpo, 
Puro instinto animal, 
Sem sentimentos, 
Consumar a natureza, 
Querer a certeza que és 
Minha, no machismo
Exibicionista de ter
Em ti vaso do meu ser! 

Puro prazer
Oferecido 
Movimento
Profundo
Tocando 
O mais intimo do teu
Belo e perfumado 
Ser, quero, 
Ser teu homem, 
Oferecer
Tudo
Nada
Posse
Alimento
Bebida
Ser 
O
Ser 
Que 
Te 
Sacia! 

Hoje, ontem, amanhã, 
Noite, tarde ou dia!

Alberto Cuddel





domingo, 3 de maio de 2015

Especial Dia da Mãe (Portugal 1º Domingo- Brasil 2º Domingo)

 

Mãe!

Sacrossanto ventre que me gerou,
Sol da primavera no inicio da vida,
Fluidos do teu seio a mim alimentou,
Regaço seguro sem dormir noite e dia!
 
Mãos que me secam as fartas lagrimas,
Porto seguro para onde sempre corria,
Heroína de entrega e sofrimento,
Desde o nosso humilde nascimento!
 
Minha mãe, mulher primeira em mim,
Primeira paixão, meu primeiro amor,
Perfume de teu corpo gravado assim!
 
Voz que me embala, acalma e acolhe,
Colo milagroso de poderes curativos,
Mulher, mãe, em ti todo amor dos filhos!

Alberto Cuddel
03/05/2015
"Os dias seguintes" - 67
 


Exausto




Exausto,

Exausto me deito, me sento, me levanto,
Gritando silêncios de dor em alto pranto,
Visão distorcida uma sórdida humanidade,
Esquecida fora uma inócua e forte vontade,
De cuidar dos meus, dos vizinhos humanos,
Vida em mim, ideias de uns seres mundanos,
Sociedade corrupta, sem espirito, sem união,
Moral, humanidade, solidariedade, religião,
A morte espreita a cada esquina, a cada porta,
Podre sociedade esta que assim se comporta,
Sem dar a mão a seu irmão que morre no mar,
Não há preocupações ou se pode indignar,
Seguem a sua triste vidinha sempre assobiar,
Dos outros irmãos, sempre outro vai cuidar!

Até ao dia em que serás tu,
Sim um dia tu também vais precisar,
De uma mão, uma palavra, um pão,
Da força, da vontade de um teu irmão,
Ai recordarás, todas as vezes que disseste não,
Para meu irmão não tenho tempo para cuidar!

Será tarde, ainda há tempo, vê, escuta,
Faz, ama, ajuda, muda a tua conduta,
Podes não mudar o mundo, não ficara aquém,
Na tua ação mudarás também a vida de alguém!

Alberto Cuddel
"Os dias seguintes - 65"
 
 

sábado, 2 de maio de 2015

Um Minuto!


No silêncio da sala vazia,
Uma pancada fria e seca,
Uma culatra puxada atrás,
Um minuto a mais queria,
Na solidão da biblioteca,
Um minuto a mais terás!

Movimento perfeito,
De um ponteiro reto,
Um minuto, que fazer,
Pensamento esvoaçante,
Vontade de pensar querer,
Correr veloz ao passado,
Ao feito inconfessado,
Desliza ao sonho futuro,
Sentimento gélido e duro,
Ao quente e doce amar,
À ideia a concretizar,
Folhas soltas da memória,
Apresentadas como vitoria,
As imagens rodam reais,
Locais e coisas banais,
O teu olhar, o teu beijar,
O toque do teu desejo,
Quietude do teu escutar,
Em minhas mãos te vejo,
Perdida na saudade,
Desta louca ansiedade,
De um minuto restar!

Uma pancada fria e seca,
Uma culatra puxada atrás,
E o ponteiro avança!

E tudo de novo recomeça,
Um minuto, outra conversa!

Alberto Cuddel
"Os dias seguintes - 66"


Card´s