sábado, 28 de março de 2015

Desejo

O desejo cresce em mim, 
Qual noite ao por do sol...
Sem dar conta, sem saber...
Os raios espraiados,
Por essa praia...

Quero-te...
Rumar sem destino,
Por entre encontros de paixão ardentes...
Sentindo o calor tocar nossas faces...
Olhar abraçados o vermelho solar de abandono...
O nascer da escuridão...
Rasgado pelo brilhante luar desse misterioso corpo celeste...

Quero-te, a ti mulher...
Que minhas noites preenches... 
Com o brilho do primeiro dia...





Vamos sem destino celebrar...
Paixões, desejos...
Sem pudores...
Rolando na imaculada areia...






Correremos vales e montes...
Planícies.
Anunciando ao universo o nosso amor...

quero-te...
Me entrego a teus caprichos de corpo e alma...
quero-te...
Sou teu, e apenas teu.
Quero partir... contigo... Sem destino...
Rumar ao por do sol...

AMOR...





quarta-feira, 25 de março de 2015

Regresso!


No sufismo que te abraça nas manhãs de nevoeiro,
No frio e gélido acordar para a vida, tudo lá fora,
Tudo lá fora espera-te, tudo lá fora te cobra!
Por onde andas musa minha de meus versos?
Onde te escondes, em que longínquos universos,
Laivos e rasgos, inspiração destemida,
Arrojado nas palavras, imaginação sem medida,
Sinto tua ausência, neste novo acordar,
Sinto-me despido, desnudo no querer,
Solitário e gélido leito, despido de ti,
Fuga ao mundo que que assim o senti,
Letras e palavras arremessadas de raiva,
Por querer escrever assim de forma evasiva,
Palavras, soltas nesta manhã,
Que voam pelo imaginário divã,
No nevoeiro que se dissipa,
No sol que se ilumina, nos jardins,
Sorriso de volta no olhar a brilhar,

Apenas espero o teu regressar!

Preparando o nada!



Na correria de tudo ter preparado,
Listas de coisas, acções, afazeres,
Para que nada fora esquecido
Do tudo escrito que foi lembrado,
Confiante na falsa segurança,
Do alto imponente do meu porte,
Revisto cada item, um a um,
Certificação constante, nada esquecido...
Sim, agora estou devidamente preparado,
Tudo está devidamente dobrado,
Colocado no devido lugar,
Por ordem de importância só para começar,
Uma após outra cada uma bem arrumada,
A lista? Onde está a lista, volto a conferir,
Sim, tudo está feito…
Agora sim, estou pronto, preparado…
Para o nada... Que o ontem me deu...
Para o tudo que o amanhã trará,

Preparado para ser feliz!

terça-feira, 24 de março de 2015

Ser Melhor!

Ser Melhor!


Pudesse eu sair a correr,
Por essas estradas da vida,
Chamar a cada um pelo nome,
Procurar-te a cada esquina,
Mostrar-te que só nada vales,
Que sozinho, não és ninguém,
Que só nos outros te realizas,
Que a felicidade não se encontra,
Não se procura, que se constrói!

Pudesse eu mostrar-te o Amor,
O quanto vale apenas viver,
Que não precisas sofrer,
Que juntos somos mais,
Que juntos somos melhores,
Que a caridade realiza,
Que a ajudar é amar!

Pudesse eu dar-me mais,
Pudesse eu ser mais,
Não bastam palavras,
Não bastam ideias,
É preciso sair, partir, realizar, fazer,
É preciso amar, alimentar, cuidar!

Que cada um de nós aceite ser,
Aceite crescer na humanidade,
Na sã e benigna solidariedade,
Que cada um de nós aceite o próximo como irmão!


Alberto Cuddel


sábado, 21 de março de 2015

Magia!



Magia!


Espero das palavras, magia! 
A magia do sonhar, do viajar! 
A magia da harmonia, do acordar! 
Espero a realidade da noite, até ser dia!




Alberto Cuddel

Revivo em ti!






Revivo em ti…

Sinto dois de mim,

Coração dividido, 

Metade delirantemente feliz,

O outro lado, triste, partido…

Sinto tua ausência,

Na origem da minha felicidade,

Quero ter-te em mim…

Tua alma, teu ser, 

Tua alegria, teu viver, 

Tua palavra,

Não quero juntar duas metades quebradas,

Não quero jogos de tristes palavras,

Quero-te, 

Na partilha da minha vida,



Quero viver também em ti!

segunda-feira, 16 de março de 2015

Promessa,






Noite esta que promete, 
Leve toque de suas pétalas,
Perfume que me enlouquece, 
Doce e intenso, 
Presente na tua ausência,
Fica a vontade, a sede, 
A fome insaciável, 
De ter, de possuir, 
De usufruir do teu ter, do ser, 
Para meu, teu, nosso prazer!

Alberto Cuddel


quarta-feira, 11 de março de 2015

Faz cair as muralhas!





Na busca pela felicidade construo muralhas,
Acumulo pedras de desilusões em volta do “eu”,
Protejo o meu ser, o meu querer, construindo barreiras,
Bloqueios, muros intransponíveis, redes, vedações,
Assim busco uma felicidade ao meu jeito,
Segundo os meus padrões, o meu querer!

Fechando-me em mim, no meu “eu! Interior,
Coração bloqueado, calejado, fechado e sofredor,
E tu? Que me buscas? Como me podes encontrar?
Como me poderás ver, falar, mostrar, ser ouvido,
Se de fora da muralhas mesmo cantando, gritando,
Não podes ser visto, escutado, sentido!

Estará a felicidade em mim? 
Será verdade? Será que sim?
Como quebrar as barreiras?
Assim erguidas, firmemente edificadas,
Como as derrubar abrindo clareiras?
Como ver em ti a nova felicidade,
Partilhada, construída, na verdade,
Na confiança, no querer, no amar?
Como podes sequer pensar, em as derrubar?
Se o “eu” se encontra cego, surdo, centrado no meu ser?

Corta as redes, trepa os muros, abre as portas,
Faz-me escutar, faz-me ver, não desistas,
Todos os dias, insiste, trepa, abre, conquista,
E pedra a pedra edifica um novo sentir,
Uma nova busca, um novo querer,
Usa as pedras, constrói o alicerço de um novo existir!
De uma nova felicidade, de uma nova verdade!

Alberto Cuddel

terça-feira, 10 de março de 2015

Regresso!



No sufismo que te abraça nas manhãs de nevoeiro,
No frio e gélido acordar para a vida, tudo lá fora,
Tudo lá fora espera-te, tudo lá fora te cobra!
Por onde andas musa minha de meus versos?
Onde te escondes, em que longínquos universos,
Laivos e rasgos, inspiração destemida,
Arrojado nas palavras, imaginação sem medida,
Sinto tua ausência, neste novo acordar,
Sinto-me despido, desnudo no querer,
Solitário e gélido leito, despido de ti,
Fuga ao mundo que que assim o senti,
Letras e palavras arremessadas de raiva,
Por querer escrever assim de forma evasiva,
Palavras, soltas nesta manhã,
Que voam pelo imaginário divã,
No nevoeiro que se dissipa,
No sol que se ilumina, nos jardins,
Sorriso de volta no olhar a brilhar,
Apenas espero o teu regressar!

Alberto Cuddel


domingo, 8 de março de 2015

Mulher,



Nascida do sonho do homem,
Na perfeição da vontade de Deus,
Sim, mulher projeto perfeito da humanidade,
Carne da nossa carne,
Que fizeste-me crescer no teu seio,
Mulher que me alimentas-te,
Que me educaste, fizeste sentir,
Mulher que me fizeste descobrir o desejo,
O enrubescer no primeiro beijo,
Mulher que ensinaste-me amar,
Que em ti descobri a felicidade,
Mulher que em ti descubro a saudade,
Mulher, terna, meiga, bela, fonte de desejo,
Que muitos não cuidando maltratam sem pejo,
Mulher amada, força da natureza,
Mulher maltratada, sem a dita certeza,
Que sorte malvada, homem rude inconsciente,
Nascido da mulher, assim tão doente,
À mulher ser perfeito, que tudo suporta por amor,
Ser da caridade, da dádiva, da paixão, do clamor,
Dá-se aos filhos, ao homem, ao mundo,
À mulher tantas vezes mal-amada,
Infeliz, acabrunhada, desiludida, inconsolada,
Apenas porque Deus te fez de assim,
Nascida do sonho do homem,
Na divina perfeição!

Alberto Cuddel

08/03/2015

sábado, 7 de março de 2015

Quarto




Na janela do meu solitário quarto iluminado,
Cantam pássaros a solitária canção do acordar,
Parapeito da saudade, no assim ter despertado,
No leito vazio outrora ocupado no ato de amar!

Há, vontade de aqui ficar aninhada no teu calor,
Saudade da copiosa forma de teu corpo em mim,
Querer, vontade, alma minha entregue no teu odor,
Lençóis suados bem amarrotados neste mar carmim!

Que dor esta a da saudade, onde o querer me faz voar,
Perdendo noção do tempo, aninhada no teu leito,
Recostada no calor do teu peito onde me vejo sonhar.

Sol que me aquece a alma nos quentes raios de luz,
No som envolvente da tua excitante e quente voz,
Que nos bons dias, não alivia da triste saudade a cruz!

Alberto Cuddel ®

domingo, 1 de março de 2015

Sem medo!



Na borda do abismo,

Quietude, silêncio,

Voz que clama,

Ecoa e repete,

O chamamento,

Abandona teu ser,

Cai…

Deixa-te levar pela brisa,

Desiste da guerra constante,

Da luta, do quer,

Desiste do sentir,

Vem…

Sai desse corpo,

Cai na plenitude do ser,

Sem fronteiras,

Sem barreiras,

Deixa-te cair…

Quero acolher-te

Nos meu braços,

Na fria constância,

Do fim, de um novo começar!


Alberto Cuddel

02/12/2014

Palavras Desconexas – 29


Quem sou eu?



Sim amiga, amigo, leitor, leitora,
Quem sou eu?
Que escrevo sobre o amor, desilusões,
Anseios, devaneios, que falo por ele, por ela,
Quem sou eu?
Que exponho o sentir, a necessidade, 
A verdade de amar, do querer, do desejar,
Quem sou eu?
Assim sou eu, marido, amante, amigo,
Escrevo de mim, de ti, por mim, por ti,
Assim sou eu,
No querer, no desejar, no sentir, no amar,
Assim sou eu,
Amante incondicional do teu ser,
Do teu querer, do teu sentir,
Desejando a cada hora ter-te em mim,
Teu perfume por toda minha pele,
No sentir do toque do meu rosto,
Assim sou eu,
Marido com defeitos, ciente de meus pecados,
Assim sou eu,
Amante avido e nunca satisfeito,
Assim sou eu,
Por ti, de ti, para ti,
Na alegria e na tristeza,
Na saúde e na doença,
Até que a morte nos separe, 
Momentaneamente para a união na eternidade!

Albert Cuddel
13/12/2014
Autorretrato 1