sábado, 31 de janeiro de 2015

Imobilidade na alma!

Assim estou quieto, 
Lá fora o vento,
Varrendo as ruas, 
Remexendo, 
Arrancando as velhas folhas, 
Paginas do passado, 
Num vai e vem assobiado, 
Relembro o ontem, o dito
O escrito, e o vento lá fora, 
E eu aqui aflito, 
A chuva, que violentamente, 
Num acto suicida, 
Atirasse continuamente contra a janela,
Há doce quietude, 
Calor que me envolve o ser!

Imobilidade, 
O corpo preguiçosamente recusa, 
Uma obediência pensada,
O ser retirado da cama, 
Há quietude, que preguiçosamente
Aqui me mantens, vitoriosa no teu querer!


Pula, sai, avança... 
A vida te espera, 
Deixa de ser criança, 
Mas... Por favor, 
A vida, perdesse,
Deixa de ser vida, 
Se quieta, definha, 
Que imóvel não cria, 
A vida é vida no movimento 
Perpétuo das palavras!

Acorda, levanta, vive a vida!

31/01/2015


sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Silencio




Sim, sei que sim, 
Que juntos já sonhamos o silêncio, 
Que as palavras perderam o sentido, 
Que numa janela aberta ao mundo, 
O que teu olhar na noite me disse, 
Sim, sei que sim!



Silêncio, sorriso de nossa alma, 
Voz da nossa conjunta consciência, 
Barulho ensurdecedor do passado, 
Esquecido, perdoado, arrependido, 
Recordado, lembrado, memorizado!


Sim, sei que sim! 
Eu, na minha noite!
Tu no teu dia! 
Escrevo, vagarosamente, 
Esperando o alinhamento das letras, 
Que a plenitude do silêncio contem!


30/01/2015


quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Querer!



Noite fingida, solidão,
Longínqua sedução,
Preludio do desejo,
Alma minha que enlouquece,
No sussurro quente do beijo,
Deleite supremo de teu corpo,
Entregue ao longo toque sedutor,
Fuga ao sofrimento, esquecida dor,
Carente, supremo tremor,
Fuga avassaladora, mãos inquietas,
Robusta pegada, sendo beijada,
Todo teu corpo, bem assanhada,
Assim te quero, assim te tomo,
Alma sedenta, supremo sentir,
Quero-te mulher, na minha, na nossa loucura,
Na noite de hoje, na noite futura!
Mulher oculta, no desejo escondido,
Oculta alma, que assim se liberta,
No limbo do ser, por inteiro possuída!

Alberto Cuddel
29/01/2015

Erotismo e Sensualidade – 13

Imagem de:
http://umastantascoisas.blogspot.pt/2007/10/louco-desejo.html


terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Meu amor nem tudo são rosas!

Rosas que espinhos contêm,

Se cortados os espinhos não forem,
Ficará a duvida, na tua incerteza,
Num mero arranhão, nasce a infeção,
Palavras mal dita, mal ouvidas,
Ideias formatadas, pelo erro,
Ouvidas, não escutadas,
Assim se faz o dia-a-dia,
De um amor sem medida,
Tantas vezes não dito, por medo,
Se transforma em incerteza,
Em revolta e enorme tristeza,
Por apenas ouvir, o que as ideias ditam,
E não escutar com o coração,
Podendo evitar a dor, a desilusão!

Meu amor nem tudo são rosas,
E os espinhos nos picam a mão,
Está em ti, em mim, a vontade,
Que os espinhos não nos afetem,
Mas mesmo assim na verdade,
Há feridas que mal curadas,
Ainda que bem suturadas,
Que na dúvida nos fazem doer!

Assim, por ti, por mim,
Limpemos a rosas,
Que nossa vida contém,
Que fique em segredo,
Não contemos a ninguém,
Que nosso amor é humano,
Mas decidido a esquecer,
Os espinhos mundanos,
Que a vida contém!

E hoje, sim hoje,
Hoje de novo escolho-te a ti,
A cada dia, ao acordar,
Decido-me a de novo te Amar!

Sim meu amor nem tudo são rosas…


Alberto Cuddel
27/01/2015

Palavras Desconexas - 75


segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Lágrimas


Quão numerosas foram elas
Que por ti já derramei,
Numerosas como as estrelas
A ti mulher que sempre amei!

Derramadas por desespero, ou saudade,
Derramadas de coração aberto
Derramadas sem qualquer causalidade,
Lágrimas de sangue,
Quantas? Não sei ao certo…

Ela que pela face me escorrem,
E dão brilho ao meu olhar,
Que sob os olhos escondo,
Quando choro ao te lembrar!

São meras recordações do passado,
Os sonhos para um futuro,
Um coração dilacerado,
Pelo sentimento mais puro!

Lágrimas essas meras gotas de agua,
Carregadas de sais minerais,
Que me aliviam o sentimento,
E fazem-me a limpeza dos canais!



Alberto Cuddel
17:15 18/03/1993
As Origens!







quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Comunicação,



Este ruído infernal que me atiram aos ouvidos,
Toda a poluição sonora que me atinge os tímpanos,
Aquela voz pardacenta do locutor da rádio,
Agitando a chama das velas junto ao sacrário,
A movimentação das massas,
Os tipos das passas,
A droga, sida e assassinos,
O cheiro nojento dos suínos,
A seca, as inundações,
O conflito de gerações,
A guerra, a paz,
A morte da filha do capataz,
O malefício do cigarro, o imundo,
Os esfomeados do terceiro mundo,
E o tempo, vai chover,
Toda a publicidade que nos querem remeter,
Os transplantes de pulmões, ou corações,
E todos os dias mais e mais informações!...

Alberto Cuddel
24/11/1993

Origens


Natureza morta,



Uma jarra,
Uma altiva jarra,
Cuidadosamente colocada no centro da mesa,
Nem mais à esquerda, nem mais à direita,
Ao centro, com tudo a preceito,
Uma mesa fria, pesada, em carvalho talhada,
Bocal aberto, rebordo fino, ao teto virado,
Pescoço altivo um pouco afunilado,
Corpo roliço, um pouco alargado,
Bouquet de vivas cores, elegantemente pintado,
Ali esta a jarra, altiva, imponente,
Elegantemente só, esperando,
Um ramo de flores, fortuitamente comprado,
Numa manhã de inverno, por um qualquer amante,
Que manhosamente deslizou para fora dos lençóis,
E num qualquer laivo de culpa, ato de desculpa,
Friamente, lhe enviou flores!

Alberto Cuddel
22/01/2015

Palavras desconexas- 70


quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Sonhando a Noite!


O dia em que juntos sonhamos a noite,
As horas correm vagarosamente,
Desfilando minutos sem fim,
Num matraquear arrepiante,
Crescente desejo em mim!

Nas mensagens trocadas,
No carente desejo das palavras,
Nas imagens que deliciosamente
Vamos desenhando no nosso querer,
Crescente e libidinoso desejo
De tornar físico o sentir!

Anseio viver nas asas do desejo
Fazendo de ti o meu céu
Meu corpo o teu anseia,
Por querer o teu querer
Por amar o teu sentir
Tua pele perfeita invade o meu olhar,
Que em êxtase se permite viajar
Por delirar no sussurrado gemido
Por passear no teu intimo e infinito prazer,
Num sopro, o sincronizar as batidas,
A bela volúpia em nosso amado leito,
Aurora do ter-me em ti,
Cumprindo finalmente este libidinoso querer!

Num tudo completo, num abraçado sorriso,
E do nada tudo recomeça!

Alberto Cuddel
21/01/2015

Erotismo e Sensualidade – 12


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Asa Quebrada


Em voo picado,
Queda anunciada, coitado,
Asa quebrada, magoada,
Carência que te fez voar,
Ave canora, do canto de sedução,
Cantando aqui e ali
Insinuando, seduzindo com seu cantar,
No seu incauto piar,
Caiu, ferido, na carência
Que seu canto fosse ouvido,
Para que sempre soube cantar!

Ferido, não pode voar,
Não por não poder,
Mas por apenas querer ficar,
Aninhado no teu regaço,
Onde ocupo um pedaço,
Onde nasce um sorriso,
Por ouvir o meu piar,
Longas serenatas nocturnas,
Canto anunciado,
Declamado aos quatro ventos,
Agora ouvido, escutado!

E eu aninhado no teu regaço,
Esperando o teu sorriso,
Ao canto que te anima,
Agora por ti escutado!

Alberto Cuddel
20/01/2015

Palavras desconexas-69



Águas Calmas


Na mansidão das águas
Espelho de minha alma na manhã,
Depois de refreada a revolta
Noite que te envolveu…

Depois de saciada a fome e a sede,
Desejo que nos consome por dentro,
Reprimidas palavras que o acendem
Nos gritos abafados da discussão,
Por um qualquer motivo sem sentido,
Nos entregamos à calma vontade de estar,
Sim estar, esse é o nosso divino estado,
Estamos apaixonados? Com certeza,
Mas somos? Sim, somos,
Amantes incansáveis, insaciáveis,
Do estarmos, do sermos, assumir que somos,
Namorados, casados, amantes sem tempo,
Nas calmas águas, que o sentir nos traz!

Assim na transparência das águas,
Todo és sentir, espelho do meu desejo,
Em ti, em mim, te vejo,
Te sinto, na terna doçura,
Que é fazer amor em apenas um beijo,
Num silencioso olhar distante,
Carente no tempo, que a noite te traga,
Na longínqua saga, que meus braços
Anseiam de novo envolver!

Amar, sem que palavras sejam ditas,
Apenas sentidas no intimo do movimento
Perpetuo e sincronizado dos corpos!

Amor, arte de ser novo a cada dia!

Alberto Cuddel
20/01/2015

Palavras desconexas - 68


segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Caminhos de vida!



Passos certos, compassados,
Vagarosamente firmes,
Caminho conhecido, mapeado,
Caminho tantas vezes percorrido,
Na certeza do certo destino,
Caminho ladeado, por portas discretas,
Onde se escondem perigos,
Excitantes tentações, ilusões,
Fingidos sentimentos da irrealidade,
Do servil desejo virtualmente sentido,
Passos, acompanhados, vigiados,
Pela figura paterna que me sustenta,
Que se afigura amiga, rosto conhecido,
Colocada no meu, nosso caminho!

E tu? Que ansiosamente me aguardas,
Nesse outro lugar, onde me esperas,
Onde contas os tempos, o sentir,
O verdadeiro e conselheiro abraço,
Tu que me esperas, nesse local
A que chamamos lar!

Alberto Sousa
19/01/2015

Palavras Desconexas - 67

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Rua,



Rua deserta esquecida no nada,
Noite vai alta, a porta esta fechada,
Pé no chão, calcando calçada,
De baixo da arcada, saudade vazia,
Não há chão, comida nem nada,
Corre adiante um pouco apressada,
A noite que vem, assim vem gelada,
Passado que tolhe a corrida sem destino,
Não há porto de abrigo, nem porto seguro,
Abandono total, liberdade escolhida,
Aqui nesta rua, ou no cemitério estendida,
Ninguém dá por mim, nem é festa nem nada,
A rua deserta é a minha morada!

Alberto Cuddel
15/01/2015

Photo by: http://vferreira.no.sapo.pt/imagens/vf003.jpg

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Olhar,

Nesse mar onde me perco,
Nas lágrimas que fiz brotar,
A profundidade do ser,
Onde vejo teu sonho,
Onde me vejo amar,
Vejo tua alma por dentro,
No puro e cristalino olhar,
Espelho de meu rosto,
Gravado no prazer de ver,
De sentir, de ser amado,
Tudo isso vejo, ao olhar-te deste lado,
Na profundidade do mar,
Que transbordou, assim estou,
Olhando, teus olhos,
Implorando, para que o teu olhar,
O meu encontre, na verdade da saudade,
Onde meu erro os fez jorrar
Lágrimas absurdas, por quem não te merece,
E mesmo assim na tristeza do sentir,
De mim, no teu mar, meu olhar padece,
Sofrimento atroz, no sentir diário,
Onde foi, porque fui, podendo fugir,
Olhar esse que agora me encanta,
Nó na garganta que me impedia de gritar,
A verdade que em meu peito guardava,
Que agora foi descortinada,
Como um farol surgido do espesso nevoeiro,
Onde no varandim esguio gritou o faroleiro,
Declamando escrita a verdade da ilusão constatada,
Agora conhecida, agora perdoada,
Possa agora repousar, na certeza de em teu olhar,
Possa agora finalmente ver espelhada a vontade de te Amar!

Alberto Cuddel
14/01/2015

Palavras Desconexas -65



domingo, 11 de janeiro de 2015

Escarpa,


Do alto da escarpa vi-te chegar,
Noticias daqui e de além-mar,
Veles desfraldadas ao vento norte,
Tenebrosa viagem, escapando há morte!

Ai saudade das longa viagens,
Por sonhos e mares, por terras distantes,
Arábicas danças, terno calor,
Noites coloridas dos ternos amantes,
Loucas viagens que a mente nos dá,
Viagens no quarto por aqui e acolá,
Fantasias loucas de amor e sedução,
Desejos ardentes sem olhar há razão,
Excitantes viagens da imaginação!

Que novas me trazes e fazes voar,
Sozinho, contigo onde me vais levar?
Asas do ser no imenso querer que é teu,
Personagem principal do sonho meu,
Que novas me trazes na loucura de amar,
Amor que é fértil e nos faz viajar,
Por loucas andanças, em qualquer lugar,
O importante é que aos dois nos é permitido sonhar!

Na escarpa olhando o vago horizonte,
Lembro sonhos de hoje e de ontem,
Na esperança contida que amanha novo dia,
Sonhemos o ontem que ainda sentia,
Reavivando a cada dia um novo sentir,
Te toda uma vida que esta para vir!

Alberto Cuddel
11/01/2015
Palavras Desconexas -64

Photo by: http://3.bp.blogspot.com/


Despertar,


Desejo oculto na noite,
Luz, no calor do amanhecer,
Silencio quebrado,
Doce e ansiado beijo,
O desfazer do nó na garganta,
O querer físico de amar,
De se entregar na manha,
Aos cuidados silenciosos,
Das haveis mãos,
Que meu corpo tomam,
No despertar cuidado,
Das terminações nervosas,
Adormecidas no limbo do sonho,
Acordar assim, no sonho em mim,
Na entrega do sentir,
Onde minha alma anseia,
Teu corpo no meu,
Procurando a aurora,
Na explosão do arco iris,
Felicidade suprema,
De no gemido silencio,
Me sentir possuída,
Pelo amar sem limites!
Albert Cuddel
11/01/2015
Sedução e Erotismo – 11

Photo By: Katrina M King

sábado, 10 de janeiro de 2015

Janela…


Sentei-me quieto junto há janela do tempo,
Vendo por mim passar o passado distante,
Relembro brilhantes momentos vividos,
Tristezas passadas, os sonhos perdidos,
Perdas chutadas, revolta inconstante,
Janela aberta, ferida que sangra,
Palavras atiradas, como arma na zanga,
Revivo caídas a folhas no pátio,
Sonhos de verão que migraram no inverno,
Saudade de tudo, no nada que ficou,
Vazio por dentro, palavra que vento levou,
Vontade perdida de sair do caminho,
Sem força para quer deixar-me sozinho,
Rota marítima contra o penhasco,
Roto que esta o martirizado casco,
Negra tempestade se abate do céu,
Nada fica impune nem meu nem teu!

Poeta sentado, sentindo calado,
Dor solitária, no peito apertado,
Janela da vida que quero fechar,
Por dentro não dá,
Por fora terei que saltar!

Alberto Cuddel
10/01/2015

Auto-retrato
 






Lutar contra gigantes!


Na solidão da demanda,
Luto solitário contra gigantes,
Qual Adamastor ou moinhos de vento,
Luto contra gigantes ocultos no interior!

No humano interior escondidos,
Recalcados pela crua educação,
Alimentando-se de tabus, preconceitos,
Gigantes que te impedem de viver!

Busco forças no exercito alado,
No profundo oceano,
Num e outro lado,
Peço paciência, compreensão,
Mas para que?
Gigantes esses que te impedem de ver,
De ouvir, de sentir tua vida a fugir!

As forças vão faltando,
Desgasto pela solidão,
Desta batalha inglória,
Contra a trave do olho,
ruído surdo da multidão,
O pensar pela razão!

Solitária demanda esta,
Sem um fim a vista,
Sem que ninguém se magoe,
Em que ou morro eu,
Ou morrerá a besta!

Alberto Cuddel
10/01/2015
Palavras Desconexas – 63

 




Amargura,


Risco palavras disforme e confusas,
Grito silêncios reprimindo desejos,
Queimo folhas soltas da vida,
Penso pensando já de partida,
Faço balanços, estendidos nos braços,
Deixo-os cair de já tão cansados,
Quero estar só no interior do meu peito,
Sinto perdido o juramento feito…
Há vida de amarga secura,
Amargo acordar, vida tão dura,
Ramos secos, podres por dentro,
Abalo sentido, doce epicentro,
Perdidas que estão todas as certezas,
Alegrias perdidas, certas tristezas

Abandono-me ao sonho desfeito,
A dor constante dentro do peito…

Alberto Cuddel
Reescrito em 10/01/2015

Palavras desconexas-62



terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Dia de limpezas

A mãe coitada sempre apressada,
E o pai atrás dela, sempre coitada,
Do quarto para a cozinha,
Da cozinha para a sala,
Da sala para o quarto!

A mãe coitada sempre apressada,
E o pai atrás dela, sempre coitada,
Apanha-a distraída agarra pela cintura,
Aperta-a contar ele, à saia danada!

A mãe coitada sempre apressada,
E o pai atrás dela, sempre coitada,
É a janta, a roupa, ou almoçarada,
O pai atrás dela sempre à descarada!

A mãe coitada sempre apressada,
E o pai atrás dela, sempre coitada,
Varre o quarto de um modo apresado,
O pai atrás dela por um beijo roubado!

A mãe coitada sempre apressada,
E o pai atrás dela, sempre coitada,
É a mão na blusa, é por dentro da saia,
Segurando-a contra ele para que não caia!

A mãe coitada sempre apressada,
E o pai atrás dela, sempre coitada,
Distraída a apanha e a deixa a gemer,
Ela grita pra sala “Ó filho anda comer”!

Albert Cuddel
05/01/2015

Amor no dia-a-dia

Aí medo que te encantes, No doce canto da sereia!



Marés de sorte e da inveja,
Marés de paixão, assim seja,
Marés de onde brota canção,
Marés de quente e louca sedução!

No coração a bússola guia de meu ser,
No cérebro a letra da bela canção,
Não me deixa parar ou esmorecer,
Medo, ó medo da louca tentação!

O canto da sereia, movendo-se em teia,
Ó receio, que caia-a nela, envolto no sentir,
Rumar a mares distantes, perder e cair,
Mas surdo nenhum canto me galanteia!

Meus ouvidos não ouvem, memoria do teu gemido,
Meu nariz não cheira impregnado do teu perfume,
Minha boca não se abre, perdendo o sabor do beijo,
Minhas mãos não se movem memória do teu corpo!

Medo do canto, ó doce sereia,
Que mito o teu que cantas,
Vacinado agora estou,
Hoje não me encantas!

Amor meu que esperas,
Não por medo ou por receio,


Não há canto distante,
Que me leve do teu seio,
Mesmo nos mares revoltos,
Sempre em sobressalto
Por tempestades e furacões,
Não há seria que destrua,
O sentir dos corações!

Albert Cuddel
06/01/2015


Palavras desconexas - 58