Sentei-me
quieto junto há janela do tempo,
Vendo
por mim passar o passado distante,
Relembro
brilhantes momentos vividos,
Tristezas
passadas, os sonhos perdidos,
Perdas
chutadas, revolta inconstante,
Janela
aberta, ferida que sangra,
Palavras
atiradas, como arma na zanga,
Revivo
caídas a folhas no pátio,
Sonhos
de verão que migraram no inverno,
Saudade
de tudo, no nada que ficou,
Vazio
por dentro, palavra que vento levou,
Vontade
perdida de sair do caminho,
Sem
força para quer deixar-me sozinho,
Rota
marítima contra o penhasco,
Roto
que esta o martirizado casco,
Negra
tempestade se abate do céu,
Nada
fica impune nem meu nem teu!
Poeta
sentado, sentindo calado,
Dor
solitária, no peito apertado,
Janela
da vida que quero fechar,
Por
dentro não dá,
Por
fora terei que saltar!
Alberto
Cuddel
10/01/2015
Auto-retrato
Sem comentários:
Enviar um comentário