quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Natureza morta,



Uma jarra,
Uma altiva jarra,
Cuidadosamente colocada no centro da mesa,
Nem mais à esquerda, nem mais à direita,
Ao centro, com tudo a preceito,
Uma mesa fria, pesada, em carvalho talhada,
Bocal aberto, rebordo fino, ao teto virado,
Pescoço altivo um pouco afunilado,
Corpo roliço, um pouco alargado,
Bouquet de vivas cores, elegantemente pintado,
Ali esta a jarra, altiva, imponente,
Elegantemente só, esperando,
Um ramo de flores, fortuitamente comprado,
Numa manhã de inverno, por um qualquer amante,
Que manhosamente deslizou para fora dos lençóis,
E num qualquer laivo de culpa, ato de desculpa,
Friamente, lhe enviou flores!

Alberto Cuddel
22/01/2015

Palavras desconexas- 70


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