Sacrifício!
Era noite, mais
uma noite escura,
Uma estrela, apenas
uma brilhava,
Nada, ninguém, sem
versos de cura,
Sem rimas,
significado que lhe dava!
Apenas mais um
poema, desses sem nada,
Sem motivo,
palavras, apenas me foi pedido,
Assim do nada, sem
pensar, desfilam flores,
Cores, cinzentos,
meu pensamento,
Linearmente corre
tons prateados,
No lunar branco reflectido,
nas águas
Desesperante solidão
das respostas
Não, ninguém, mas
falava? Não,
Respondia de surdina,
embrenhado
Na conclusão açucarada
de uma partilha,
De um explícito e físico
ato de ser
Humano condenado à
expectante
Santidade almejada,
do amor dedicado
Ao divino corpo
devoto de metade de mim,
Assim erguido no
altar, oferecendo-me,
Eu em toda plenitude
da minha rastejante
Humilde e ténue entrega
a ti, em sacrifício,
Por prova, não de
fé, não de entrega,
Mas num narcisista
orgulho, de me por ti,
Me tornar NADA!
Alberto Cuddel
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