sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Desisto

Assim me abandono perdido no tempo,
Navegando nas restantes memórias,
Momento vincados, a ferro gravados,
Da chuva de Março, do cantar dos pássaros,
Do cheiro da pele, das tremulas mãos,
Do despir da alma, do toque da pele,
Da entrega, o beijo, o abraço!
Assim me entrego entre um trago,
Mantendo no palato o sabor,
Memoria do teu quente beijo,
E o acender do cigarro,
Círculos disformes no ar,
Fumo que se dissipa,
Me transporta ao passado,
Aos quentes Verões,
Aos abraços de inverno,
Aos momentos de prazer,
As discussões por nada,
Ao fazer as pazes na cama,
Há escrita compulsiva,
Ao grito, ao sorriso,
Há melancolia da solidão,
Há estúpida depressão…
Para agora entre um trago e um cigarro,
Me abandonar sentado,
Na imobilidade da quietude,
No silencio forçado,
Que é aqui sentado,

Estar vazio de ti!

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