segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Lágrima...

O homem também chora;
Por isso eu chorei,
Por entre a solidão do perder,
Confirmar que sim,
Que nada mais há a temer
O amor não mede força nem coragem,
Eu sou fraco diante do amor,
Assim me confesso, fraco, sem força,
Do ontem, palavras ásperas, silêncios,
Do hoje, amanhã será, vida que sonho
Quando amo, entrego-me por um nada,
E ontem deixei-me deleitar,
No crente fogo do seu afecto.
Um naufrago, mar do seu amor,
Em ti minha ilha, meu porto de abrigo,
Que agora no longínquo nada vejo perdido,
Onde me amarrei? Quente desilusão,
Arrancada a ferros dos lençóis da alma,
Árida terra fustigada pela tempestade,
Regada a lágrimas,
Onde repousa semente queimada,
Do ontem, que hoje, perdida está,
No vento que varre o sentir,
O sonho, o amanhã!
Assim o homem chora,
Ausência do sonho, do futuro!

Albert Cuddel
29/12/2014



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